quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Projeto MegaCenaContemporânea


MegaCenaContemporânea foi o primeiro trabalho do Alfinete Amarelo Coletivo de Arte. Desenvolvido ao longo de 2008, MegaCena foi apresentado em abril de 2009 no Teatro da Cia. dos Atores, na Lapa. Esse momento marcou a formatura em Dança na Escola Angel Vianna de parte das meninas do Alfinete Amarelo: Dyonne, Fernanda e Flora. Logo em seguida, o coletivo incorporou mais uma colaboradora, Stephania. 

Aí abaixo, um pouco sobre o percurso do Projeto MegaCena e sobre o momento em que nos encontramos agora:

Sobre o projeto

MegaCenaContemporânea trata do “viver junto” urbano. Da cidade como espaço aberto, superfície de textura acidentada feita da conexão contingente e mutante de muitas trajetórias. Da cidade do ponto de vista de seus usuários: seus incontáveis autores anônimos, os pedestres. Inquietante, imprevisível: cidade imenso corpo composto de foras, de outros, de estranhos.

O percurso 2008

Na primeira etapa da pesquisa, durante 2008, tendo como interlocutores Gustavo Ciríaco e Renata Reinheimer, construímos táticas a partir de uma sequencia de jornadas na rua, combinando elementos da deriva situacionista, da flânerie e da etnografia, tomadas como artes de andar pela cidade. Nosso objetivo era extrair protocolos de criação inspirados nos conceitos de “objeto encontrado “e ”operação”, de Hélio Oiticica; e de “estratégias e táticas”, de Michel De Certeau. Identificamos, assim, quatro operações que atravessam a vida urbana: acúmulo/coexistência, imitação/proliferação, ordem/corrupção, catalogação/codificação.Nossa questão central é como transportar para a cena essas operações da convivência e do uso da cidade, sem representar ou reproduzir. Buscamos colocar em um mesmo plano objetos, corpos, ditos, ruídos, imagens, descartes, evidenciando as relações que (re)constróem o espaço habitado. Usamos o inventário como metáfora, nos apropriando das artes cotidianas de combinar e de empregar, de inventar e de deglutir aquilo que vem pronto, enlatado ou massificado. Na primeira etapa de composição, nos concentramos no acúmulo/coexistência e elegemos uma tática: trazer a tranqueira para a cena. A tranqueira-objeto, a tranqueira-informação, a tranqueira-lixo, a tranqueira-cultura-de-massa, a tranqueira-visual-sonora-olfativa, a tranqueira-poluição, a tranqueira-kitsch, a tranqueira-nossa-e-dos-outros. O acúmulo e o descarte, a velocidade e a vertigem, a efemeridade e a superficialidade. Mas sabendo que vem junto uma ação microscópica e proliferante de fazer alegria e resistência.










E agora, o que estamos inventando?

Para dar prosseguimento à investigação, estamos investigando maneiras de apronfundar as outras três operações urbanas identificadas. Optamos agora por uma nova tática, que chamamos de “proposições cruzadas”, inspirada nos procedimentos de dança de jogo/acaso e task/score utilizados como  “caixas de ferramentas” para a composição/criação. Usando isoladamente a ferramenta dos tasks, cada criadora/performer do grupo se encarrega de uma das operações urbanas, propondo às demais e a ela própria tarefas a serem cumpridas dentro desse escopo. 

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