quarta-feira, 26 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
sábado, 22 de agosto de 2009
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Pensar-Fazer, Inventar
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Tarefa 1 Adoçante+Catalogação/Codificação
Score para Adoçante + Catalogação/Codificação
Pode ser executado em video ou cena.
Ações: catálogo de poses de propaganda* / brincar com cubo mágico / sorriso-machine diante da boca / comer carrinhos de plástico / segurar gorduras localizadas.
*poses de modelos de propaganda de adoçante: duas mãos na cintura bacia quebrada para o lado e sorriso amplo / braços abertos cabeça jogada para trás rindo de olhos fechados / língua passando pelos lábios e dedo apontando para baixo / segurando pires e xícara e sorrindo / dedo na boca sugando suavemente.
Sugestão de montagem (para video):
Quadro 1
Tela preta + duas entradas de texto abaixo em off:
Adoçante é como desodorante rolon, absorvente interno, vasilha de plástico levada ao microondas e rancor. Todos acusados – ainda sem provas conclusivas e talvez injustamente – de causar câncer.
Adoçante é como forno autolimpante. Vivem da promessa, os dois, de já trazerem em si a solução para os problemas em geral associados ao benefício que proporcionam.
Quadro 2
Tela focaliza só mãos mexendo no cubo mágico ferozmente. (poucos segundos)
Quadro 3
Uma pessoa entra em quadro (atrás tudo clean branco sempre) com roupas básicas. Começa a segurar gorduras com esmero. Depois de um tempo fazendo isso, fala o texto abaixo, continuando na mesma ação:
Tem uma poesia que o Tom Zé acabou de escrever, em homenagem ao Michael Jackson. Uma das estrofes diz: "Toda fiança que adoça a dança." Nesse contexto adoçar está sendo usado como metáfora.
Quadro 4
Vamos povoando aos poucos a tela com mais corpos se apertando. Passamos para a sequencia/improvisação em cima das poses de modelos de propaganda de adoçante: duas mãos na cintura bacia quebrada para o lado e sorriso amplo / braços abertos cabeça jogada para trás rindo de olhos fechados / língua passando pelos lábios e dedo apontando para baixo / segurando pires e xícara e sorrindo / dedo na boca sugando suavemente.
Compor viewpoints com esse repertório. (pessoas dispostas em diferentes perspectivas na sala em rel. à camera / corredores)
Quadro 5
Duas pessoas, plano médio. Fundo branco clean. Uma delas "come" carrinhos de plástico enquanto a outra narra o texto abaixo com o sorriso-machine.
Adoçante me lembra assepsia que me lembra álcool, que me lembra churrasco, que me lembra linguiça, que me lembra cachorro, que me lembra língua, que me lembra suor, que me lembra corrida, que me lembra a Lagoa, que me lembra a árvore de natal da Lagoa, que me lembra engarrafamento, que me lembra corredor de bebidas do supermercado, que me lembra geladeira, que me lembra os potes de plástico que podem causar câncer, que me lembra sujeira, que me lembra vassoura, que me lembra visita indesejada, que me lembra jogo de xícaras e bule, que me lembra minha vó, que me lembra biscoitos amanteigados, que me lembra feira, que me lembra carrinho de feira, que me lembra canela, que me lembra ginástica localizada, que me lembra culote, que me lembra quilos a mais, que me lembra adoçante.
Quadro 6
Volta tela focalizando só mãos mexendo no cubo mágico ferozmente. Mas o plano vai abrindo para mostrar a pessoa sentada que faz essa ação sentada de pernas cruzadas nesse ambiente branco, com o sorriso-machine abandonado ao seu lado. (talvez tb os carrinhos, estou em dúvida). Ela fala o texto abaixo ao longo de tudo isso:
O açucar não foi idéia nossa. Mas foi uma idéia tão boa – tão doce – que seduziu todo o Ocidente. Eu sou de Peixes, fico sensibilizada por essa intricada maneira alternativa de contar a história de como viemos a ser como somos: morremos pela boca. Mas também matamos pela boca. Quem provou o açucar faria de tudo – matar, usurpar ou escravizar – para ter, todos os dias e para sempre, doses e mais doses desse tempero sangrento (petulantemente branco!). A paz: branca é que não é. Cena 1. Mimos e confortos hedonistas: torrão de açucar, luvas bordadas e cartolas. Ópera, petite fours e cigarrilha. Cena 2. Uma nação de obesos com controles remotos em punho comendo sneakers no sofá. Cena 3. Corpos suando na esteira, olhos vidrados na TV de plasma e o planeta dos diets e lights esperando na geladeira. Queremos uma vida doce.
Lista Sim, Lista Não
Projeto MegaCenaContemporânea
MegaCenaContemporânea foi o primeiro trabalho do Alfinete Amarelo Coletivo de Arte. Desenvolvido ao longo de 2008, MegaCena foi apresentado em abril de 2009 no Teatro da Cia. dos Atores, na Lapa. Esse momento marcou a formatura em Dança na Escola Angel Vianna de parte das meninas do Alfinete Amarelo: Dyonne, Fernanda e Flora. Logo em seguida, o coletivo incorporou mais uma colaboradora, Stephania.
Aí abaixo, um pouco sobre o percurso do Projeto MegaCena e sobre o momento em que nos encontramos agora:
Sobre o projeto
MegaCenaContemporânea trata do “viver junto” urbano. Da cidade como espaço aberto, superfície de textura acidentada feita da conexão contingente e mutante de muitas trajetórias. Da cidade do ponto de vista de seus usuários: seus incontáveis autores anônimos, os pedestres. Inquietante, imprevisível: cidade imenso corpo composto de foras, de outros, de estranhos.
O percurso 2008
Na primeira etapa da pesquisa, durante 2008, tendo como interlocutores Gustavo Ciríaco e Renata Reinheimer, construímos táticas a partir de uma sequencia de jornadas na rua, combinando elementos da deriva situacionista, da flânerie e da etnografia, tomadas como artes de andar pela cidade. Nosso objetivo era extrair protocolos de criação inspirados nos conceitos de “objeto encontrado “e ”operação”, de Hélio Oiticica; e de “estratégias e táticas”, de Michel De Certeau. Identificamos, assim, quatro operações que atravessam a vida urbana: acúmulo/coexistência, imitação/proliferação, ordem/corrupção, catalogação/codificação.Nossa questão central é como transportar para a cena essas operações da convivência e do uso da cidade, sem representar ou reproduzir. Buscamos colocar em um mesmo plano objetos, corpos, ditos, ruídos, imagens, descartes, evidenciando as relações que (re)constróem o espaço habitado. Usamos o inventário como metáfora, nos apropriando das artes cotidianas de combinar e de empregar, de inventar e de deglutir aquilo que vem pronto, enlatado ou massificado. Na primeira etapa de composição, nos concentramos no acúmulo/coexistência e elegemos uma tática: trazer a tranqueira para a cena. A tranqueira-objeto, a tranqueira-informação, a tranqueira-lixo, a tranqueira-cultura-de-massa, a tranqueira-visual-sonora-olfativa, a tranqueira-poluição, a tranqueira-kitsch, a tranqueira-nossa-e-dos-outros. O acúmulo e o descarte, a velocidade e a vertigem, a efemeridade e a superficialidade. Mas sabendo que vem junto uma ação microscópica e proliferante de fazer alegria e resistência.
E agora, o que estamos inventando?
Sobre nós, com detalhes
Alfinete Amarelo Coletivo de Arte é formado por Dyonne Boy, Fernanda Eugenio, Flora Mariah e Stephania Vieira e tem como proposta realizar ações colaborativas de transbordamento, na fronteira entre a dança, a performance, as artes plásticas e visuais e a reflexão sobre o tempo presente. A dança foi o território comum em torno do qual as quatro artistas se agruparam, em 2008, vindas de extensas carreiras individuais artísticas e acadêmicas, com trajetórias que mesclam diversas áreas de atuação. Com obras de intervenção urbana, cênicas, audiovisuais, literárias e plásticas, as artistas participaram de: Festival Panorama de Dança, Bienal Internacional de Dança do Ceará De Par em Par I Encontro Terceira Margem, Dança em Foco Festival Internacional de Vídeo & Dança, PlayRec Festival de Videodança do Recife, Condança, Encontro da Red Sulamericana de Danza, Plataforma Internacional de Dança, I Mostra Carioca de Dança Contemporânea, Festival Tápias, IV Encontro Klauss Vianna do Corpo na Dança e no Teatro, Projeto Verbete, riocenacontemporanea etc, e se apresentaram em diversos espaços no Rio de Janeiro e no Culturgest (Lisboa). O primeiro trabalho cênico coletivo do Alfinete Amarelo, Mega Cena Contemporânea, foi criado em interlocução com os coreógrafos Gustavo Ciríaco e Renata Reinheimer.
Um pouco mais sobre as artistas:
Dyonne Boy é atriz, bailarina, artista plástica, jornalista (PUC-Rio) e Mestre em Projetos Culturiais e Bens Sociais (FGV-RJ). É formada em Dança (Escola Angel Vianna) e atualmente colabora como intérprete-criadora com o coreógrafo Gustavo Ciríaco. Formou-se no Tablado, na CAL e na Escola Nacional de Circo, e nos anos 90 trabalhou com Déborah Colker, Gringo Cardia, Intrépida Trupe e Moacyr Góes. Há dez anos, fundou a ONG Grupo Cultural Jongo da Serrinha, da qual é diretora e produtora executiva.
Fernanda Eugenio é antropóloga, escritora e bailarina. É professora da PUC-Rio, pesquisadora do CESAP, doutora e mestre em Antropologia (Museu Nacional/UFRJ) e formada em Dança (Escola Angel Vianna). Foi professora no Curso Técnico em Dança IACC/Senac-CE. Atualmente integra o programa de residências CoLABoratório (Festival Panorama de Dança) com o projeto Cidade-Oráculo. Tem diversos livros e artigos publicados sobre as poéticas afetivas, corporalidades contemporâneas e os usos e ocupações do espaço urbano.
Flora Mariah é bailarina, atriz e cantora, formada pela Escola Angel Vianna e estudante da Escola de Belas Artes (Cenografia) da UFRJ. Atualmente é intérprete-criadora da Márcio Cunha Dança Contemporânea, do Núcleo de Pesquisa Angel Vianna e colabora com o projeto Cabaré Valentin, coordenado por Alexandre Bado. É professora de dança no Ox Fitness Club e integra a banda Dona Joana.
Stephania Vieira é bailarina, atriz e cantora. Cursou História na UFF e atualmente cursa a Faculdade de Dança Angel Vianna, faz acrobacia aérea no Espaço de Criação Intrépida Trupe, colabora como intérprete-criadora com a Márcio Cunha Dança Contemporânea, com o Grupo Tápias 2, dirigido por Flávia Tápias, com o Núcleo de Pesquisa Angel Vianna, e com o projeto Cabaré Valentin, coordenados por Alexandre Bado. Integra também a banda Dona Joana.